sexta-feira, março 27

Tardes de domingo!

Hj eu to amando ficar aki...as coisas estaum fluindo...to com uma amiga no msn , e na nossa conversa de hj, ta rolando algumas trocas de textos, e ela me mostrou esse q ela fez.E de cara eu gostei..pq acredito q é realmente assim q as coisas acontecem, independente dela ou de mim...isso é coisa de mulher. Entaum pra que outras mulheres possam vê e de alguma forma se confortar to publicando ele aki.


"Este é só mais um texto sobre as tardes de domingo. As tardes de domingo de uma cidadã solteira. Avulsa mesmo. Sozinha. Em casa. Mora sozinha. Almoça sozinha nos finais de semana. Dorme sozinha. Acorda sozinha no domingo com a cara borrada de maquiagem da noite anterior. Viaja sozinha. Dirige sozinha pela estrada. Dança sozinha em casa com o som alto. Chora sozinha. Uma cidadã que está cansada de todos acharem que ela é uma super-mulher. E ela se sentir uma menina ainda. Carente. Intensa. Que quer abraçar o mundo. Que tem preguiça profunda de gente que mente. De gente que se entrega pela metade.

E a cidadã enfrenta mais uma tarde de domingo daquelas que não se tem nada pra fazer. Ninguém pra quem ela gostaria de ligar. Seu celular toca uma vez. END. Toca duas. END. Toca três. END mortal. E ela começa a colecionar números. Sete cidadãos ligando no mesmo final de semana. Seis ENDs. 160 contatos no MSN. 32 bloqueados. Alguns scraps com cantadas baratas no orkut. 492 amigos. Zero sentido nisso tudo.

A cidadã-super-mulher-de-uma-figa é metida a entender os homens. Mas não entende nem sobre si mesma. Não entende como consegue não se apaixonar pelo vizinho que lhe mandou uma cesta de café-da-manhã porque a viu uma única vez na vida. Uma cesta deliciosa com um bilhete mais do que gentil. Um convite pra sair que nunca saiu do papel. Ou porque ela não se apaixonou por aquele cara que cozinhava quando ela tinha preguiça de sair pra almoçar. E a recebia em casa com taças de champagne na mão e um sorriso no rosto.

E ela não entende o que leva um cidadão a convidá-la pra sair. Buscá-la em casa num carro importado que vale mais do que seu apartamento. Levá-la ao melhor restaurante. Ser um gentleman. Pagar a conta. Abrir (e fechar!) a porta do carro. Depois sumir. Aparecer novamente. Sumir. Aparecer novamente. A cidadã simplesmente não entende porque ele não some de vez.

A cidadã-filósofa-barata-de-merda entende é que os homens fazem tudo errado. Que não adianta abrir a porta do carro, se ele não abre o coração. Que não adianta mandar flores, se ele não manda no rumo da sua vida. Que não adianta convidar pra sair, se ele não a convida pra fazer parte da vida dele. Que não adianta passar a noite se, no dia seguinte, ele some sem dar notícias. Que não adianta pagar a conta se o que ela quer mesmo não tem preço.

E a tarde de domingo vai chegando ao fim. Aquele gosto azedo de segunda-feira no ar. Pra começar tudo de novo. Sozinha. De saco cheio de promessas baratas. De bocas aleatórias. De pessoas que nada sabem a seu respeito. De carinho com muita mão e pouco sentimento. De músculos fortes e cabeça fraca. De agenda cheia e vida vazia. Uma cidadã sem saco pra joguinhos. Que fala o que pensa. O que sente. Que não passa vontade. Mas que, às vezes, não liga pro único cidadão que ela quer por puro medo de ser mal interpretada. Por puro medo de dar tudo errado. Essa cidadã acha que controla o futuro, mas morre de medo dele. E não controla a própria vida. Muito menos os próprios sentimentos. E lá vai ela começar tudo de novo. Com aquela pose de super-mulher. Aquela barriga dura e aquele coração mole."


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