terça-feira, junho 8



Dias frios são eternos baús cheios de lembranças, e por mais amenos e gostosos que sejam, o que trazem consigo nem sempre é tão prazeroso.

Alguns dizem que voltar ao passado só seria bom se pudéssemos reverter alguma coisa. Com a mente vaga, o simples fato de lembrar daqueles lapsos de felicidade que pareciam eternos gera, acima de tudo, saudade. Saudade e, quem sabe, um inútil arrependimento.

Odeio ter de voltar a viver uma cena que não vai se repetir. Infelizmente (ou quem sabe, felizmente) a vida não é feita de segundas chances e temos que nos conformar com certas coisas sem sentido nem motivo, quando a única explicação que achamos é a mesma balela da vovó: “tinha que ser assim”.

E se não tivesse?

Pior do que cair na realidade é fantasiar e criar hipóteses sobre um futuro já passado e impossível. Ficar se perguntando como teria sido agora, é o mesmo de se dilacerar por dentro lentamente.

Talvez não tivesse durado mais que uma semana; talvez tivesse durado um ano. Não acredito em destino, só acredito que as coisas não são por acaso. Logo que acabou e não volta, que tal ficar triste por duas horas, não mais, e esperar as coisas melhores que estão pra vir?

Conviver com alguns erros é fundamental, e tudo, TUDO tem seu o preço e sua lição. Afinal, não seria errando que se aprende?

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