Branco ou preto? Fosco ou brilhante? Vestido ou calça? Quente ou frio? Ele fofo ou ele atencioso? Esse texto ou outro texto? Ficar ou namorar? Cortar o cabelo ou deixar assim mesmo? Comprar uma pulseira ou um relógio? Almoçar ou lanchar? Medicina ou Engenharia? Sofrer ou viver? Lembrar ou esquecer? Beijar você ou te perder? Perguntas que vão do clichê ao sério, do chão às nuvens. Perguntas que, por mais simples que pareçam, apresentam-nos o monstrinho mais difícil de lidar que as opções que se tem para escolher: a indecisão. Imagine um cardápio num restaurante, cheio de opções a total escolha sua e somente sua. Você olha as carnes, as massas, as bebidas, as sobremesas. Cada seção tem mais opções que sua mente consegue suportar. Juntando todas as opções de todas as seções, tem-se um festival de variáveis que, transpondo para o plano da sua vida, geram mudanças. Nesse exemplo de cardápio banal, pode-se colocar qualquer coisa em sua vida que gera esse tão frustrante estado de ficar na dúvida. Será que isso vai ser bom para mim? Será que é isso mesmo que eu quero? O tempo é outro grande contribuinte. Para certas escolhas, nos é dado determinado tempo: uma hora, um mês, um ano. E a bomba está somente em suas mãos, para você explodir junto ou tacar para bem longe. Como esse tempo é uma forma de pressão, é possível que se escolha aquilo que, mais tarde, não parecia o que se tornou. Por isso, é preciso analisar (até friamente, eu diria) as mudanças na sua vida: perdas, ganhos, conseqüências, vantagens, desvantagens, possibilidades, possível felicidade. As mudanças vêm a partir do momento da sua escolha. É preciso analisar porque o grande problema da decisão precipitada é a possibilidade de arrependimento. Arrepender-se não é de tudo uma coisa ruim. É só preciso tomar cuidado porque, feita a escolha e abatido o arrependimento, é perigoso que não se possa voltar e escolher outras opções (ou a outra opção). Ficar indeciso também não é uma coisa ruim. Deve-se duvidar é de quem tem sempre certeza. É importante lembrar que não existe escolha certa nem escolha errada: existe aquilo que é melhor pra você. E no fundo, inconscientemente a primeira vista, você sabe o que te fará bem. As escolhas tomam o rumo que nós damos a ela. É preciso ficar na dúvida, mas é necessário resolver-se. Pense e repense. Sobretudo decida-se. Amanhã pode ser cedo, mas também pode ser tarde demais.
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